Melhores destinos da Chapada Diamantina

 O Parque Nacional da Chapada Diamantina é um dos mais fascinantes parques naturais Brasileiros. O cenário montanhoso abriga uma extraordinária variedade de ecossistemas como Cerrado, Mata Atlântica, Campos rupestres, Caatinga. As bromélias e orquídeas encontraram ai um ambiente privilegiado, adaptando-se as diferenças de clima, altitude e solo. As serras que culminam a 1700 metros no Esbarrancado(ver mapa das trilhas) oferecem sustento a Jaguatiricas, onças, mocós, veados, teiús e seriemas.

Os maciços de quartzito resistiram a erosão iniciada no Pré- Cambriano formando torres minerais ou morros. Os índios Maracás e Cariris dominaram a região antes da chegada dos primeiros bandeirantes por volta de 1750. Os morros mais representativos com altitudes médias de 1450 metros se espalham pelos municípios de Palmeiras, Lençóis e Mucugê.

As cidades que rodeiam o Parque Nacional abundam em prédios de arquitetura colonial, lembranças vivas da riqueza do ciclo do diamante que fez do Brasil o primeiro produtor mundial no início do século vinte.As trilhas abertas pelos garimpeiros são percorridas hoje por amadores de trekking vindos do mundo inteiro. Ainda é possível encontrar velhos garimpeiros que conheceram a época em que as riquezas jorravam das serras.

GRUTAS, CAVERNAS E POÇOS

As cavernas do Parque Espeleológico de Iraquara, perto de Palmeiras, constituem uma das maiores redes subterrâneas do Brasil. As mais visitadas são a Torrinha, a Lapa Doce, o Buraco do Cão e a Pratinha (lago de águas cristalinas com opção de mergulho em caverna e tirolesa).

Conheça os pontos de mergulho da Chapada Diamantina - vídeo

A caverna Torrinha foi descoberta há poucos anos por uma associação de espeleólogos da França, o grupo Meandres e está atualmente zelada com muito carinho e profissionalismo por Eduardo Martins, dono das terras locais. Três roteiros são oferecidos ao visitante, da simples visita (roteiro 1 ) a uma descoberta completa (roteiro 3 de três horas). Esta caverna apresenta curiosidades geológicas como agulhas de Gypsita de 60 centímetros de comprimento, flores de Aragonita de tamanho inusitado e outras maravilhas que os guias locais sabem muito bem apresentar.

Caverna Torrinha em Iraquara na Chapada Diamantina - vídeo

Os poços Encantado e Azul ficam no município de Itaeté, perto de Andarai (ver mapa regional), acesso por estrada asfaltada. Um raio luminoso entra nas cavernas de setembro a março dando aos poços toda sua magia.

CACHOEIRA DA FUMAÇA

A cachoeira da Fumaça é um espetáculo único no mundo pela grandiosidade e majestade do cenário. A trilha que leva até a queda tem sua origem nos garimpos de diamante do século passado espalhados nas bacias hidrográficas dos rios Capivara, Palmital, Capivarí e Caldeirão.A trilha foi em parte calçada de pedras mais recentemente para facilitar o acesso do gado que encontrava nos gerais pasto farto na época da seca no sertão. A retirada do gado pela administração do PNCD em 2002 foi um passo decisivo no reconhecimento da área coma zona de proteção ambiental.
Cachoeira da Fumaça (Bahia) – Wikipédia, a enciclopédia livre

Com 380 metros de queda livre, ela é a segunda mais alta do mundo, a primeira sendo o salto Angel na Venezuela. Em época de estiagem, de maio a setembro, ela fica com pouca água e o vento leva de volta as gotinhas formando a famosa “Fumaça”.

A primeira parte da trilha é relativamente íngreme mas o andarilho tem a satisfação de descobrir aos poucos um visual panorâmico sobre a serra do Rio Preto e o Vale do Capão.É preciso uma hora de caminhada para alcançar o curral. A área ao redor do curral é muito interessante por abrigar uma flora riquíssima de Bromélias, Orquídeas e Cactos.O muro de pedras serve para impedir a volta do gado que se encontra nos gerais. A partir dai a trilha é plana sem dificuldade, apresentando algumas áreas inundadas ricas em plantas carnívoras (Drosera) e matas ciliares repletas de Bromélias (Vriesas e Tillandsias). Esta área imensa e plana tem o nome de “gerais” e abriga uma fauna variada de seriemas, mocós(Kerodon rupestre), perdizes, gaviões e onça de passagem ! Uma hora suplementar para chegar na cachoeira, o tempo total de caminhada aproximando duas horas.

Cachoeira da Fumaça por cima - Janoo

Chegando na cachoeira, é bom parar e respirar para se entregar ao mistério da criação. Se tiver mais gente, fale com eles, compartilhe este momento de emoção e tranqüilidade, você nunca mais vai esquecer este momento! O cânion onde corre o rio é refúgio para uma floresta de “palmitos” e densa mata Atlântica. Após descrever uma grande curva o rio se joga no rio Capivara que segue serra abaixo até o rio São José e Paraguaçu. As gotinhas de água da cachoeira da Fumaça terminarão sua viagem na Bahia de Todos os Santos onde encontram o mar…uma linda viagem.

O VALE DO CAPÃO


A vila de Caeté-Açú (distrito de Palmeiras) concentra os serviços e a maior parte da população do Vale do Capão. Ela soube preservar seu aspecto e charme originais em torno da pequena igreja e do “coreto” erguido pelos próprios moradores para uso coletivo. As numerosas associações (Pais e mestres, Apicultura, Guias) e grupos como o Circo do Vale, o Coral e a Capoeira sustentam um calendário repleto de apresentações e reuniões públicas, assim como um radiante sentimento de pertencer a uma comunidade ativa.

Vale do Capão: como chegar, o que fazer, quando ir e onde ficar

O Vale do Capão vem se preparando há muitos anos para receber visitantes e incorporou a dimensão da sustentabilidade no seu crescimento.

O Vale foi durante décadas o provedor de café, bananas e serviços para os garimpeiros que trabalhavam nas serras próximas. Os anos 1920/1930 foram certamente o auge das atividades ligadas ao garimpo de diamante. A comunicação da época se dava principalmente pela trilha calçada de pedras Guiné / Volta da Serra / Sitio Novo / Capão / Lençóis. Os tropeiros asseguravam a circulação das mercadorias numa linha Norte / Sul saindo de Minas Gerais até Juazeiro. Os mais velhos como Seu João (Pai de Medinho) e Seu Anízio (Pai do famoso Palito) contam os feitos e desfeitos que caracterizavam a época.

Vale do Capão – Wikipédia, a enciclopédia livre

O fim do ciclo do diamante e a queda dos preços do café mergulharam o vale numa longa recessão. Os anos 70 e 80 foram sinônimos de emigração para São Paulo á procura de trabalho e melhores condições de vida. A chegada a partir do anos 80 de novos moradores oriundos da cidade e a procura de uma vida natural (comida integral, fenômeno comunitário, cura natural, espiritualidade) foi um elemento decisivo na recuperação do crescimento local. Esses novos moradores trouxeram idéias e comportamentos novos. Aos poucos a integração cultural e a cooperação entre eles e a população nativa mudou o rumo do Capão. As novas perspectivas trouxeram de volta os familiares exilados em São Paulo gerando um crescimento da população e novos empreendimentos.

A nova fase de desenvolvimento do Vale e da região se deve a perfeita adequação do quadro natural e humano ao ecoturismo de hoje. A ausência de grandes empreendimentos turísticos e o surgimento de unidades hoteleiras de pequeno e médio porte preservam o ambiente rural. O Vale atrai pessoas que procuram uma dimensão cultural e ecológica, assegurando ao desenvolvimento local uma escala humana para um turismo de qualidade e respeito.

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